21 de março de 2009

JONE, O INTOCÁVEL


Pensei que aquela história de “dalit” era viagem, coisa de novela das oito, mas agora sei como Bahuan se sente ao ser tratado como a poeira que fica embaixo da sola do sapato do Brahma. Aconteceu comigo nessa semana que passou. É estranho ver o medo nos olhos das pessoas quando se aproximam de você. No começo achei que era um pouco de exagero, fiquei irritado, achei que as pessoas eram umas “grossas” e que deviam medir as palavras. Bem, isso eu ainda acho, mas, quanto ao resto, relaxei.

Refleti melhor: e se fosse eu? Acho que também agiria assim, claro, sem exageros, como as coisas devem ser. Depois de três dias, ah, comecei a tirar onda, pedia abraço às pessoas, dizia que tinha usado o objeto que tinham acabado de tocar, e mais brincadeirinhas do tipo. E cansei de ouvir: “Vai-te embora daqui!!”, inclusive lá no trabalho, pois tentei, eu disse “tentei” voltar ao batente na quinta-feira, mas uma de minhas chefas também foi bem clara: “Não, meu filho, vai-te embora!” Tudo bem! Só volto na segunda-feira. Contabilizando: foram 7 dias de molho. Foi chato, mas deu pra descansar muuuuito.

Mas também teve o outro lado: amigos que gostam tanto de mim que queriam porque queriam ficar aqui em casa, mesmo correndo o risco... Quer prova de amizade maior? Gente, como é chato ser um dalit! Pobre Bahuan, agora o entendo! Ah, e só pra esclarecer: não é preciso ir pra Índia pra se transformar em um, basta pegar uma conjuntivite, como eu peguei no domingo passado, e ficar aqui no Brasil mesmo. Faz o mesmo efeito! =)

10 de março de 2009

MATEMÁTICA DO ESPORTE

Enviado por Arnaud Júnior

6 de março de 2009

O AMOR VIROU PRODUTO


Você se lembra de já ter ouvido alguma música que não falasse de amor? E algum filme que, mesmo sendo de terror ou violência, não tivesse um casal apaixonado que luta contra tudo e todos pra, no final das contas, ficarem juntos? Claro, você pode muito bem responder que sim, pois, apesar da existência ínfima, existem obras de arte que não se inspiram no mais nobre dos sentimentos, parafraseando o termo popular. Estatisticamente falando, poderíamos dizer que o amor está na maioria maciça do que é produzido no mercado de entretenimento: no meio fonográfico, no mundo cinematográfico, na literatura barroca, bem como nas mídias contemporâneas, como a Internet.


O senso-comum reza que o amor é um sentimento nobre, puro, sem segundas intenções, que leva as pessoas a alcançarem sua realização pessoal plena, quando aliado ao sucesso em outros campos. Porém, contradizendo a essa corrente, o amor virou um filão que vem sendo bastante explorado economicamente. Empreendedores que têm um faro aguçado em se tratando de lucro, viram que a necessidade de amar que é inata nas pessoas, poderia lhes render bastante, quando explorada da maneira certa. Essa descoberta colocou o amor, bem como aqueles sentimentos inerentes a ele, como amizade, solidariedade, companheirismo, em vários tipos de empreendimentos.

Um dos mais procurados sãos os sites de encontros na Internet, onde o internauta preenche um perfil e pode procurar pessoas ou ser encontrado por quem tem interesses e um modo de vida semelhantes ao seu; isso, claro, mediante o pagamento do serviço que, geralmente, é feito por cartão de crédito. Nesses sites, o cliente tem a sua escolha vários serviços, utilizar todos eles depende do plano de pagamento escolhido, quem paga mais tem mais chances de ser encontrado ou encontrar seu par ideal. Também há sites gratuitos de relacionamento, o Orkut é o mais popular deles. Seu fim único não é a “venda” do amor, mas já vimos muitas vezes na televisão histórias de pessoas que contam ter se conhecido, namorado, e até se casado tendo como único ponto de encontro, na maior parte do relacionamento, o uso do site.

Mas não podemos nos enganar, apesar da utilização do site ser gratuita, seus desenvolvedores embolsam quantias polpudas pelos serviços paralelos a ele e também pela utilização de milhões de usuários. Que tal dizer quão grande é o seu amor de forma criativa e inteligente, sem ter que passar horas e horas imaginando como fazer isso? Entra em cena mais um segmento que tem o amor como ferramenta geradora de lucro. Apesar de a moda ter esfriado um pouco, as tele-mensagens sempre serão um bom meio de ir em busca de alguém ou até mesmo falar de seus sentimentos em momentos especiais, beneficiando assim, principalmente, os tímidos. Cestas de café-da-manhã, flores, presentes, com certeza chegaríamos a quantias exorbitantes caso conseguíssemos calcular de forma exata a quantidade de dinheiro que é empregada diariamente por causa do amor.


Segundo o site de filosofia Pitágoras, o homem é dotado de razão, a consciência de seu próprio e curto período de vida, de sua impotência ante as forças da natureza e da sociedade, tudo isso faz de sua existência uma prisão insuportável. Ele ficaria louco se não pudesse libertar-se de tal prisão e alcançar os homens, unir-se de uma forma ou de outra com eles, com o mundo exterior. Dessa necessidade de união nasce o amor. É de se entender quando ouvimos frases do tipo: “Vou conseguir você, custe o que custar” ou mesmo “Quero você a qualquer preço”, pois, não importa a moeda, enquanto houver corações apaixonados, haverá também um amplo leque de serviços para satisfazê-los, pois, o amor não é só um sentimento que leva alguém a desejar, ele é, me perdoe a ambigüidade, um ótimo negócio.